No debate que decorreu esta tarde, 5 de novembro, no Museu da Ciência Universidade de Coimbra (UC), discutiu-se a importância da “ambição de futuro” e do conhecimento do passado para viver o presente. Por Inês Ferreira e Guilherme Monteiro
A sessão, intitulada ‘Debate entre Ciências: o passado na voz dos outros’ que decorreu esta tarde, 5, pelas 14h30 e contou com a presença dos professores universitários Carlos Fiolhais, Paulo Gama Mota, António Gomes Martins e João Maria André teve como mote a homenagem ao professor catedrático Jorge Alarcão. Segundo Maria da Conceição Lopes, interlocutora entre os diversos departamentos organizadores do evento – História, Estudos Artísticos, Estudos Europeus, Arqueologia e Artes – este evento vem na sequência da celebração dos 80 anos de idade e da carreira profissional do arqueólogo.
As diferentes disciplinas da lecionadas na universidade foram discutidas através da participação de um painel de convidados que emitiu a sua opinião acerca do Passado e do “valor da História” e foi mediado pela vice-reitora Clara Almeida Santos,
Carlos Fiolhais, catedrático de Física, inaugurou o debate ao salientar o “valor da História”. Esta é necessária para “sabermos o que fomos”, para “sermos” e para que haja evolução da Ciência, sublinha. “Fazemos a história com os nossos olhos de hoje”, sabendo “pouco sobre os costumes e as pessoas do passado”, referiu outro dos oradores – Cláudio Torres, arqueólogo vencedor do Prémio Pessoa 1991 – seguindo a mesma linha de pensamento.
Já Paulo Gama Mota, biólogo e diretor do Museu da Ciência, destacou a sua área de interesse – a biologia evolutiva – como explicação da existência de “uma relação conflitual com o passado”, teoria que exemplificou com o “surgimento da Terra”, “evolução humana e animal” e a “história das religiões”.
António Gomes Martins, engenheiro na área da Eletrotecnia, não deixou de aproveitar a oportunidade para referir a “vulnerabilidade muito grande dos mitos e superstições do passado” na vida humana presente e a necessidade de uma “ambição de futuro”. Também presente na mesa de discussão, João Maria André, filósofo, questionou-se acerca do que é o passado e as “configurações narrativa, afetiva e artística” que o constituem.
Por último, na sua intervenção, o homenageado Jorge Alarcão, revelou que nunca se sentiu “na missão de redescobrir o passado”. Porém admite tê-lo feito porque não se pode “pensar que o tempo não existe” e que se vive “no espaço e no tempo, em vários espaços e vários tempos” com um passado que “já foi presente para alguém”, explica.
A organização planeia um novo evento para o próximo mês de dezembro, no qual será abordada a temática das questões estéticas na Arqueologia.
Foto: Arquivo – Montagem
Discussão
Os comentários estão fechados.