A Casa da Escrita recebeu hoje, 5 de novembro, a apresentação do mais recente livro do escritor Eduardo Lourenço. Em simultâneo, está presente uma exposição sobre o compositor Fernando Lopes-Graça. Por Salomé Fernandes, Daniela Proença e Gabriela Pereira
Numa iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian, o livro “Obras Completas II – Sentido e forma da poesia neorealista e outros ensaios” de Eduardo Lourenço foi hoje, 5, apresentado na Casa da Escrita. No entanto, apesar de ser uma compilação das suas obras, o autor não teve um papel ativo na organização da coletânea.
Com 91 anos, Eduardo Lourenço viu assim reunido o seu trabalho dos últimos setenta. A escolha dos textos foi efetuada por João Tiago Lima – membro da comissão científica do Projeto da Edição das Obras Completas de Eduardo Lourenço – e a investigadora Teresa Filipe. A orientação ficou a cargo do professor catedrático da Universidade de Coimbra (UC) António Pedro Pita, responsável pela elaboração do prefácio. A obra tem como tema a complexidade e diversidade do neorealismo, bem como a influência da visão marxista e seu enquadramento histórico.
A escolha da Casa da Escrita como local para a apresentação teve um caráter pessoal. Eduardo Lourenço conheceu enquanto jovem a família que ali vivia. A própria ligação à cidade teve impacto, visto que o filósofo disse que “já sonhava com Coimbra antes de vir para cá estudar”. Concretizou o seu sonho em 1940 ao ingressar na UC, licenciando-se em Ciências Histórico-Filosóficas.
Exposição reúne espólio de Fernando Lopes-Graça
Também patente na Casa da Escrita está a exposição “Fernando Lopes-Graça e a Geração da Presença”, presente até 31 de dezembro. Esta aborda a proximidade do compositor e escritor a figuras da literatura portuguesa que influenciaram a sua música. Estão presentes objetos pessoais como partituras e cartas trocadas, por exemplo, com José Régio.
A exposição retrata a trajetória de Lopes-Graça em Paris, e a sua figura enquanto artista intelectual. Participou em diversas iniciativas editoriais e jornalísticas, como a fundação em 1928 do jornal regionalista “A Acção”, em Tomar. Além disto, musicou diversos poemas e incluiu nas suas composições uma vertente política.
Fotos: Daniela Proença
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