Promover uma maior consciência social através da recolha dos excedentes alimentares da restauração é o objetivo do projeto Re-Food. O destino dos alimentos são famílias carenciadas. Por Carolina Farinha e Margarida Mota
O projeto de recolha e doação de excedentes alimentares pioneiro em Coimbra, Re-Food, foi apresentado ao público no passado dia 7 de outubro. A sua primeira reunião será dia 2 de dezembro, pelas 21h, no auditório da Universidade de Coimbra, onde vai ser apresentada a história e funcionamento da iniciativa. O Re-Food Portugal consiste num projeto 100 por cento voluntário que tem como objetivo fundamental recuperar o excedente de alimentos provenientes da área da restauração, distribuindo-o a famílias com dificuldades económicas. “Antes do encerramento das instalações, ficamos com esses alimentos para depois distribuirmos às famílias que estão sinalizadas como carenciadas”, afirma Ana Pestana, coordenadora-geral do núcleo de Coimbra/Olivais.
A recolha é realizada diária ou semanalmente, consoante preferência dos contribuidores. “Não há qualquer tipo de vantagem financeira ou económica dos restaurantes, o que nós fazemos é pedir-lhes uma folha anual onde colocamos a quantidade de alimentos que eles nos doaram esse ano”, acrescenta Ana Pestana. Quanto às famílias que usufruem do serviço, a coordenadora-geral refere que estas se “devem deslocar por volta das 20:30h ao centro de operações e recolherem os alimentos “.
O primeiro núcleo fundado contou com o financiamento da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa. Atualmente, a nível nacional, o projeto recebe ajuda financeira por parte de autarquias e juntas de freguesia onde se inserem os vários núcleos, assim como por retalhistas. Em Coimbra/Olivais trabalham 40 voluntários que ajudam cerca de 20 famílias necessitadas, que contam com doze parceiros, entre os quais “restaurantes de renome, padarias, pastelarias, frutarias, uma quinta de casamentos e uma cadeia de hotéis”. Apesar do apoio, Ana Pestana salienta o facto de procurarem sempre mais ajuda, que não tem forçosamente de ser de empresas do ramo alimentar, como“por exemplo, ourivesarias”. “A iniciativa tem de partir dos habitantes de cada distrito, tendo crescido a nível nacional o espírito de voluntariado nas pessoas”, refere a coordenadora-geral. Ana Pestana acrescenta que “ir de Erasmus ou fazer voluntariado tem mais ou menos o mesmo peso no currículo”, pelo que os jovens também devem passar a ter mais atenção a este tipo de iniciativas.
Para aderir, tanto os restaurantes como os voluntários deverão contactar a entidade através de telefone, e-mail ou Facebook.
Fotografia: Magalí Zaslabsky
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