Cinema palestiniano na Casa das Caldeiras

As Sessões de Carvão a decorrer na Casa das Caldeiras têm como objetivo mostrar um cinema menos conhecido e pouco divulgado. Nesta edição, o cinema palestiniano é o foco. Por Helena Moniz

Paradise Now e Omar são os dois filmes em exibição amanhã na Casa das Caldeiras, incorporados nas Sessões do Carvão com o tema “Cinema Palestina: Terra e Liberdade”. A organização está a cargo da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), em parceria com o Teatro Académico Gil Vicente.

As Sessões do Carvão existem há quatro anos e consistem, segundo um dos organizadores e professor na FLUC, Sérgio Dias Branco, num “conjunto de ciclos de cinema temáticos e retrospetivos” que no início eram “complemento às aulas dos alunos de Estudos Artísticos da FLUC”. Hoje em dia são “sessões abertas a qualquer pessoa que queira participar”. Estas mostras de cinema podem cativar cinéfilos, pois têm um “perfil idêntico à programação da cinemateca portuguesa”, bem como “pessoas que queiram explorar certos temas”, como o da Palestina, neste caso.

A ideia da Palestina surgiu, segundo Sérgio Dias Branco, numa vontade de “mostrar uma cultura própria que se reflete no cinema que fazem” e de partilhar um “cinema pouco conhecido e um foco de tensão que tem tirado a vida a muita gente”, como referência à tensão territorial entre Israel e a Palestina. Para o organizador é importante “tentar não desligar a arte de questões concretas que importam na vida das pessoas”, pois o cinema palestiniano “reflete também a situação política em que eles se encontram”. A mostra de cinema baseia-se numa “recolha dos filmes mais interessantes e com maior projeção a nível internacional, nomeadamente aqueles que passaram em festivais de cinema”.

As Sessões do Carvão iniciaram-se dia 7 de outubro com o filme Iron Wall, de Mohammed Alatar e terminarão dia 28 de outubro com Hikayatul jawahiri thalath, de Michel Khleifi.

Fotografia: Arquivo