Cultura

TAGV recebeu festa do cinema francês

Entre 28 de outubro e 2 de novembro, Coimbra teve acesso a uma amostra da mais recente sétima arte francesa. No espaço de cinco dias, passaram 12 filmes pelo TAGV. Por Philippe Alexandre Baptista.

A abertura da festa do cinema francês realizou-se no dia 28 de outubro, no Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), com a apresentação do filme “Hipprocrate” feita pelo seu realizador, Thomas Lilti. O filme retrata a vida de um interno num hospital e aproxima-se da vida do próprio realizador, que é médico. Desta forma, cria uma relação entre a vida real e a criação artística.

A equipa do filme ficou feliz perante a vasta audiência com que o filme contou, dado que o objetivo principal era popularizar o cinema francês no estrangeiro. Segundo Thomas Lilti, “o cinema francês exporta-se bem, apesar da forte concorrência americana”. O realizador acrescenta que apesar de ser um grande país do cinema, a França tem dificuldades em rivalizar com os Estados Unidos.

Já os produtores do filme, Agnès Vallée e Emmanuel Barraux, concordam ao dizer que o seu sucesso foi um “pequeno milagre”. De acordo com a produtora, “estava destinado a ser um filme de autor e subitamente houve um efeito bola de neve, que ultrapassou as expectativas”.

Os dois produtores admitem que o êxito de “Hipprocrate” no festival de Cannes, antes da sua estreia oficial, bem como o prémio ‘Cesar’ para Reda Kateb, no papel secundário, foram fatores que ajudaram muito na divulgação. “Em termos de notoriedade do filme, a nomeação de Reda Kateb teve um papel importante pois o filme vendeu-se e continua a vender”, garantiu Agnès Vallée. Na sua opinião, o cinema francês beneficia da possibilidade de “fazer filmes em condições financeiras razoáveis para serem distribuídos por todo o mundo”. Agnès Vallée mostra-se otimista em relação ao panorama do cinema francês, mas assegura que tem de ser protegido.

O programa do dia 29 foi extenso, com a projeção de cinco filmes, entre as 10h30 e as 23h. Contou com duas sessões escolares e com os filmes “Il était une forêt” e “Chante ton bac d’abord”. “Qui vive”, seguido de “l’Affaire SK1” e “Fidelio, l’Odyssée d’Alice” cobriram parte da noite. Já na sexta-feira foram projetados “Cerise”, também em sessão escolar, e “La prochaine fois je viserai le coeur”. “Maestro”, “Spartacus et Cassandra” e “Un illustre inconnu” passaram no dia 31.

O festival acabou no dia 2 de novembro com “Lulu femme nue”. O cartaz dedicou uma parte importante à comédia, ao drama e ao ‘thriller’ e, desta forma, apresentou aos espectadores o panorama atual do cinema francês.

Para a Alliance Française (AF) de Coimbra, que se ocupa da coordenação local do festival, o evento é um acontecimento de grande importância. Embora ainda não possua números sobre a adesão total, a entidade ficou satisfeita com esta edição. Segundo a diretora, Amina Mazouza, a AF “esperava que a estreia de quarta tivesse sucesso, porque os espetadores iriam poder partilhar a sua opinião com a equipa do filme” e acrescenta que as “opiniões foram positivas”.

O sucesso da festa de cinema francês é, para as entidades que se ocupam deste evento, um estímulo para continuar. Coimbra é a segunda cidade portuguesa com maior afluência, a seguir a Lisboa, segundo a diretora da AF, que acrescenta que “Coimbra é uma cidade universitária muito cinéfila e o objetivo é perenizar este evento para o público inteiro, e sobretudo para os jovens”.

A Festa do Cinema Francês foi organizada pela Embaixada de França, Alliance Française e pelo Instituto Francês. A edição número dezasseis começou no dia 8 de outubro em Lisboa e termina a 29 de novembro, em São Pedro do Sul. O evento deste ano convidou nomes importantes do mundo cinematográfico francês, como Jean Jacques Annaud, padrinho da edição, que contou com um ciclo sobre a sua filmografia.

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Fotografia: Valentina Caetano

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