Ciência & Tecnologia

Premiado projeto de controlo de plantas não nativas

Várias espécies vegetais que nos rodeiam são invasoras e provocam impactos nocivos a nível ambiental e económico. Por Carolina Marques

O controlo natural de plantas que não são autóctones ao território português é um dos focos principais do projeto Invasoras.pt, premiado na categoria de “Melhor Produção Interativa em Novos Media”, pela “Science TV and New Media Award”. Hélia Marchante, responsável pela produção e revisão de conteúdos do projeto, espera que este prémio “ajude a alargar o público e a atrair a colaboração de mais pessoas”.

Invasoras.pt, do Centro de Ecologia Funcional (CEF) da Universidade de Coimbra (UC), resultou de um conjunto de trabalhos de comunicação de ciência que tem sido feito ao longo de cerca de dez anos. A problemática do controlo natural é inovadora em Portugal e trata-se da busca, na região de onde é originária, “do inimigo natural da planta que se quer controlar”, como explica Hélia Marchante. Esse organismo, depois de muitos testes e avaliações, é trazido para Portugal para servir de regulador da espécie “nas zonas onde há crescimento jovem, isto é, onde vai haver formação de novas flores ou folhas”, esclarece a responsável.

A iniciativa pretende atrair o público para a participação no controlo natural de espécies invasoras, através da colaboração num mapa interativo, onde cada cidadão pode contribuir com dados geolocalizados, que depois de validados, são inseridos no ‘site’. A participação pode ser feita através do portal ou de uma ‘app’ criada para ‘Android’, sendo depois as informações centralizadas no mapa em Invasoras.pt.

O projeto foi premiado em conjunto com a Agência Espacial Europeia, a BBC e o canal público da Irlanda, RTE, ainda que em categorias diferentes. Alexandre Gamela, responsável pelo departamento de comunicação do CEF, alerta para o facto de “não existir investimento na divulgação de alguns projetos na comunicação de ciência” e gratifica a premiação do Invasoras.pt, que se tornou exemplo de que, “com pouco dinheiro e com pouco investimento, se consegue fazer muito bom trabalho”.

A “libertação do agente de controlo natural, no acompanhamento e monitorização para ver qual é o sucesso do estabelecimento do organismo” e a “criação estratégias de forma a chamar o público, não de uma forma passiva, mas sim ativa” são o futuro da iniciativa, conclui Hélia Marchante.

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Fotografia: DR

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