O docente da FEUC apresenta o seu mais recente ensaio, que tem como mote alertar a sociedade para a passividade de Portugal em relação à UE . Por Cátia Alves
“Numa sociedade como a portuguesa é necessário acabar com a ambição de ser bem comportado e enveredar por um caminho de confronto”, afirma José Manuel Pureza. Esta ideia é um dos ponto de vista abordados pelo docente da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC) no seu livro “Desobedecer à União Europeia”. Editado pela Cooperativa Cultra em parceria com a Deriva Editores, o ensaio é apresentado amanhã, pelas 18 horas, na Livraria do Teatro da Cerca de São Bernardo.
Na obra, José Manuel Pureza pretende levar para escrutínio público a democracia na União Europeia (UE). O docente trata “uma temática principal: a de a sociedade se deixar de portar passivamente perante comportamentos, regras e quadros institucionais”. Aborda a “situação desigual de Portugal e dos restantes países periféricos na União Europeia, onde é preciso virar o jogo”. “Tem de se bater o pé, para que seja possível dignificar os direitos e a vida” dos cidadãos europeus, remata.
O ensaio inclui ainda a ideia de que “enquanto país na UE, é necessário fazer escolhas muito claras e radicais.” Quer isto dizer que o docente entende que “na versão de união económica e monetária da UE não é permitido optar por políticas económicas e sociais diferentes daquelas que são ditadas pelo centro da Europa”.
“Resgatar a democracia enquanto expressão da soberania popular” e “lutar por uma Europa democrática” requer uma “rotura com a realidade centralista e autoritária que a UE hoje é”. Desobedecer-lhe, afirma, “é uma virtude cívica irrecusável para os/as democratas”.
Enquanto docente, José Manuel Pureza está a ultimar estudos “sobre a guerra e paz” que pretende publicar em breve. A obra que apresenta amanhã é mais uma prova de que “a área do debate público sobre a vida política” é algo que o apaixona e neste momento “ocupa o essencial” da sua vida.
Fotografia gentilmente cedida por Escola da Noite
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