2015 fica marcado como mais um ano pleno de atividade na UC, no que concerne ao mundo da investigação científica. Os projetos a destacar enquadram-se nas áreas da Medicina e das Engenharias. Por Margarida Mota
Ao longo do último ano, a Universidade de Coimbra (UC) continuou a firmar a sua posição como uma instituição que prima pela promoção e qualidade do conhecimento. Esse prestígio advém da profusão de projetos científicos premiados, com origem nas diferentes faculdades e centros de investigação da universidade, que ganham visibilidade de ano para ano.
Uma das áreas que sobressai no panorama das várias linhas de estudos é a Medicina. Henrique Girão, subdiretor para a Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico da Faculdade de Medicina da UC (FMUC), afirma que, “em termos de mediatização e de exposição pública, independentemente de qual for o tema, é importante dar a conhecer à sociedade aquilo que se faz dentro das faculdades, das escolas médicas e dos institutos de investigação”.
O subdiretor da FMUC lembra a última distinção da faculdade em 2015, o Prémio Mantero Belard, proveniente da Santa Casa da Misericórdia, que galardoou os estudos realizados por Francisco Ambrósio, investigador da FMUC, no âmbito das Ciências da Visão. Essa é, frisa Henrique Girão, “uma das áreas estratégicas de Medicina”, e, como tal, antecipa que esteja entre os campos com maior relevo em 2016. “Envelhecimento, Ciências Cardiovasculares, Ciências da Visão e Neurociências” vão ser os temas-chave, ou seja, “mais a parte de Biomédica e não tanto a de Medicina Clínica”.
As engenharias continuam a ser também uma grande aposta para a investigação científica. O diretor do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (DEEC) da Faculdade de Ciências e Tecnologias da UC (FCTUC), Hélder Araújo, argumenta que “permite à sociedade em geral aperceber-se do interesse e da utilidade que nós desempenhamos para além do ensino”. Acrescenta ainda que “mostra a potenciais empresas interessadas competências que podem ser relevantes”. Ao longo de 2015, nos media foi dado destaque a projetos como um modelo informático que permite a reconstrução a três dimensões de ambientes urbanos, financiado pela Google.
Ao mesmo tempo, Hélder Araújo assume que “existem muitos outros projetos” para além dos mais divulgados na comunicação social. “Há outros trabalhos que têm ganho prémios e que têm relevância e interesse económico, não só por parte de entidades académicas”, afirma o diretor do DEEC. O destaque passa também por premiações como a da Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) ou da suíça ASEA Brown Boveri (ABB), na área da automação. Em relação a 2016, o diretor do DEEC perspetiva “resultados interessantes no domínio das telecomunicações, da automação e da robótica, que poderão vir a ter relevância e consequências interessantes do ponto de vista científico”.
Um dos organismos universitários destinados à promoção dos estudos científicos denomina-se Instituto de Investigação Interdisciplinar da Universidade de Coimbra (IIIUC), que, segundo informação da página oficial, “é composto por 39 Unidades de Investigação da Universidade de Coimbra, cujo trabalho de investigação produzido se situa na área das Ciências e da Tecnologia, das Ciências Sociais e das Humanidades”. Esta unidade institucional tem como principal missão “garantir capacidade de afirmação internacional da investigação científica da UC”. Enquanto diretor do IIIUC, Amílcar Falcão, também vice-reitor para a Investigação e Inovação da UC, considera que, “atualmente, o que não se fala não existe” e reitera que “quando os resultados são positivos e relevantes, existe a obrigação e a necessidade de lhes dar publicidade para se mostrar a qualidade da investigação que se faz”.
Amílcar Falcão explica a razão de existirem certas investigações sem grande ênfase nos mass media. “Alguns projetos não têm sido falados porque estão envolvidas patentes e empresas, além de que podem ainda não estar num momento próprio para se falar dos resultados”. No entanto, o diretor do IIIUC põe num plano de destaque para este ano não só temas mais expectáveis, como “saúde, engenharias e investigação relacionada com hospitais”, como acrescenta ainda que “poderão emergir com outra força as Ciências Sociais”.
Fotografia: D.R.
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