Saúde financeira e estabilidade das contas louvadas por dirigentes enquanto AAC exige mais financiamento para Ação Social Escolar. Por Vasco Sampaio
A discussão e votação do Relatório Anual e Contas 2015 foi o ponto de partida para a última Assembleia Magna do mandato de Bruno Matias à frente da Direção Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC). A sessão teve início às 18h40 no auditório Paulo Quintela, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (UC), e serviu de palco para um debate acerca dos problemas financeiros da AAC.
O resultado positivo das contas do ano passado foi de 171 mil euros. Utilizado, em parte, para pagar dívidas de anos anteriores no valor de 52 mil euros, o montante conseguido serviu ainda para liquidar penhoras e processos de algumas secções e uma parte do acordo com o Conselho Desportivo. Para a próxima DG/AAC, segundo indicado no relatório, transitam 42 mil euros que não foram utilizados.
Ainda assim, perante fornecedores, a AAC apresenta ainda uma dívida de 61 mil euros, para além de 34 mil por pagar à UC e de uma dívida corrente a 60 dias de 15 mil euros. Feitas as contas pelo tesoureiro da DG/AAC, Daniel Reis Nunes, “estas dívidas podem ser pagas no próximo ano”. Por sua vez, o pagamento ao Conselho Desportivo, a quem a DG/AAC deve 304 mil euros, será feito segundo um plano de 6 anos. De qualquer forma, o tesoureiro assegurou que “há saúde financeira e a casa está estável”.
O primeiro pedido de esclarecimento surgiu na voz de Vasco Ferreira, aluno da Faculdade de Direito da UC, que alertou para uma posição baixa da AAC em ratings de risco comercial. Os relatórios apresentados pelo estudante indicam uma “média de atraso de 120 dias nos pagamentos”, o que o levou a concluir que “é complicado, ainda, negociar com a AAC”. Bruno Matias, presidente da DG/AAC, desvalorizou os valores apresentados e garantiu que “hoje, no mercado, a casa é muito mais credível do que era”. “Os ratings valem o que valem”, explicou, pelo que não os olha com preocupação.
O Relatório Anual e Contas 2015 foi aprovado por maioria, com 12 abstenções, após Bruno Matias referir que “a DG/AAC sai satisfeita e de consciência tranquila, pois deu um pontapé de saída para um futuro mais risonho”. O documento é, para o presidente, fruto de um “excelente trabalho” começado em 2013 por Ricardo Morgado.
Também outra votação marcou a Assembleia Magna. Rita Real, estudante de Faculdade de Medicina da UC, subiu ao palco para acusar uma “grande falha na Ação Social Escolar” que leva à “privação dos direitos dos estudantes” e expor um abaixo-assinado lançado por um grupo de estudantes da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto para o aumento do financiamento para a ação social. Em consequência, a estudante apresentou uma moção para a assinatura do documento pela AAC.
A moção foi aprovada com 19 votos a favor e 48 abstenções depois de Bruno Matias dizer “não poder tomar posição”, uma vez que “não tinha tido conhecimento do documento”. À saída da Assembleia Magna, o presidente explicou que, apesar de defender sempre “mais financiamento [para a ação social], a AAC, como instituição de prestígio, não pode estar totalmente aberta a todo o tipo [de propostas]”. À partida, o documento parecia ter “alguma qualidade”, mas para um voto favorável era preciso a DG/AAC “conhecer melhor a petição e os estudantes que a elaboraram”, afirma.
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