Cultura

RUC celebra 30 anos a “trazer algo diferente, que não existe”

Uma das últimas rádios livres pretende conciliar gostos de sócios, ouvintes antigos e mais atuais numa programação alusiva às comemorações do seu trigésimo aniversário. Por Philippe Alexandre Baptista

Artistas como The Parkinsons e Manuel Göttslisch, workshops, ciclos de debates e outras atividades são parte integrante do programa comemorativo dos 30 anos da RUC para 2016, a ocorrer em vários pontos da cidade. Esta iniciativa conta com a parceria do Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), Salão Brazil, Antena 1 e Antena 3.

Segundo Inês Rodrigues, membro da organização das comemorações, “a RUC surgiu em 1986, mas antes disso era um centro experimental de rádio que funcionava de forma limitada, emitindo apenas para as cantinas e para a Associação Académica de Coimbra [AAC]”. A rádio como a conhecemos nasceu no dia 1 de março, mas como o aniversário é “uma data redonda” decidiram “aproveitar para fazer uma celebração alargada, estendida ao longo do ano”, explica a membro da organização.

A RUC evoluiu graças aos seus colaboradores, jovens e adultos, estudantes ou não. Inês Rodrigues lamenta, porém, que “com o Processo de Bolonha, as pessoas estão em Coimbra durante menos tempo e ficam pouco tempo depois do curso”, o que afeta a quantidade de estudantes colaboradores da rádio. Observa ainda que “cada vez mais pessoas na casa dos 30, 40 ou 50 anos” têm procurado colaborar.

A iniciativa pretende, numa fase inicial, estar presente nas estruturas culturais de Coimbra. A membro da organização explica que “foi daí que surgiu, por exemplo, The Parkinsons com o Salão Brazil e o TAGV”. Neste âmbito, vai ser ainda proposto um “ciclo de debates a realizarem-se sempre em sítios diferentes, de modo a levar a cidade a celebrar de forma itinerante”.

Os eventos comemorativos contemplam ainda um concerto de Manuel Göttsching, a ocorrer dia 4 de março no TAGV, “um artista que nunca esteve em Portugal”, afirma Inês Rodrigues. Com a vinda do percursor da música eletrónica, os organizadores esperam afluência de pessoas de todo o país. A organização fala também do festival Santos da Casa, que ocorre todos os anos em abril, mas cujas atividades “estão ainda em processo”.

A caracterização do evento está muito ligada com o que a organização considera ser a RUC, que, segundo Inês Rodrigues, “é a ligação, a aproximação à cidade, o acompanhamento da Academia e dos temas fraturantes da sociedade atual”. A membro da organização expressa-se também sobre o “papel diferenciador da rádio: trazer algo diferente, que não existe, que não aparece com tanta facilidade nos outros sítios”.

As expetactivas da organização prendem-se, sobretudo, com algo que “deixe todos os sócios felizes, tanto os antigos como os atuais”. Inês Rodrigues acrescenta ainda que espera que “a cidade e o país se envolvam” e que o evento “traga a Coimbra pessoas que possam não passar pela cidade rotineiramente”.

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Fotografia: Fábio Lucindo

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