Ciência & Tecnologia

Poesia no século XXI através de uma aplicação

Sistema já consegue analisar emoções e dar sentimentos a poemas. Utilizadores podem vir a usá-lo para traduzir conceitos em novas formas. Por João Ruivo

No seu dia mundial, a poesia ganhou um novo membro. A ideia é de Hugo Oliveira, investigador do Centro de Informática e Sistemas da Universidade de Coimbra (CISUC), que inseriu no Twitter o seu PoeTryMe, criado em 2014. Trata-se de um método artificial que concebe poemas com base nos tópicos mais falados nessa rede social.

O conceito é o de “uma aplicação de criatividade computacional, que gera poesia de forma automática”. Englobada na área da inteligência artificial, este poeta virtual pode gerar “artefactos que podem ser considerados criativos”, explica Hugo Oliveira.

De uma forma simples, o PoeTryMe funciona através da inserção de “uma ou mais palavras e com base no conhecimento que tem sobre elas”, e forma um poema com um “conjunto de padrões que transmitem as relações que sabe que as palavras têm entre elas”. Na prática, “os resultados são, por vezes, demasiado abstratos e acaba por não ter o sentido de um poema humano”.

O investigador salienta como objetivo “criar novos e surpreendentes conceitos”, que algumas aplicações já traduzem em imagens, novos textos ou poesia. O sistema está em constante desenvolvimento e “há uma versão em fase embrionária, onde através de uma notícia ou documento, o sistema tenta escrever um poema com base nessa informação”.

Uma das últimas atualizações a este sistema foi a tentativa de induzir um sentimento aos poemas. “Ele analisa se há muitos ‘emojis’ nos últimos ‘tweets’ dos assuntos mencionados”, salienta Hugo Oliveira. Se se verificar uma tendência emocional, a aplicação reage ao utilizar palavras mais positivas ou mais negativas. Para o investigador, não há versões 2.0, antes “um sistema em constante evolução”.

O PoeTryMe pode ser testado através de uma versão simplificada, TryMe.

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Créditos: João Ruivo

[corrigido às 18:01 de 24/03/2016]

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