Intervenientes diferem nas opiniões sobre como requalificar a zona. Decisão final deve ter por base uma perspetiva democrática. Por Andreia Alves, Gabriela Salgado e Paulo Sérgio Santos
A Via Central é uma ligação ferro-rodoviária que a Câmara Municipal de Coimbra (CMC) pretende edificar na Baixa da cidade. O projeto vai ser discutido esta noite, pelas 21h, no edifício do Rancho de Coimbra e tem a organização do movimento cívico Cidadãos por Coimbra (CpC). O debate vai contar com a presença de José António Bandeirinha, representante do CpC, Tiago Castela, investigador do Centro de Estudos Sociais (CES), e o presidente da Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra (APBC), Vítor Marques.
Com a criação desta via vai ser estabelecida uma ligação entre a Caixa Geral de Depósitos, situada no início da rua da Sofia, e a Loja do Cidadão, que vai deslocar a circulação automóvel para a Baixa de Coimbra. Esta intervenção implica a demolição de vários imóveis, onde estão instalados alguns espaços comerciais, e originou várias opiniões contraditórias.
Vítor Marques considera que o “casario que existe na baixa é um buraco a céu aberto” e a abertura da Via Central representa “uma excelente oportunidade para reabilitar aquela zona”. O presidente da APBC afirma ainda que a intervenção pode trazer benefícios para a população, tais como um maior sentimento de segurança, numa área que se encontra debilitada.
“Vias é no meio do mato, não é no centro da cidade”. É desta forma que o representante do CpC descreve a ideia de construção. A baixa de Coimbra é definida pelos opositores da Via Central como um tecido urbano essencial para a compreensão da História conimbricense. José António Bandeirinha sublinha mesmo que aquela zona tem “um desenho urbanístico que a caracteriza”.
Para Tiago Castela, é possível “pensar em formas de aproveitar este desastre do urbanismo modernista português”, e salienta a inexistência de espaços verdes na Baixa de Coimbra. O investigador do CES relembra que a rua da Sofia é Património da Humanidade da UNESCO e partilha a opinião de José António Bandeirinha, que classifica de “solução ideal: repor o que lá estava da forma mais fidedigna”.
O objetivo comum dos intervenientes no debate é que se discuta a questão da Via Central. Tiago Castela fala “de uma discussão que não pode ser restringida”, antes olhá-la a partir de “uma perspetiva plural sobre a cidade”. Já José António Bandeirinha espera “sensibilizar as pessoas para aquela que é a posição do CpC”. Diferentes pontos de vista é o que procura Vítor Marques, para quem “a Via Central deve ganhar asas e abrir o mais rápido possível”.
Fotografia: D.R.
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