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Brasileiros manifestam-se perante a crise política no Brasil

Situação é classificada pelos presentes como delicada. Coloca-se em causa o papel da comunicação social enquanto transmissora isenta de informação. Por Fábio Lucindo

Num movimento sincronizado com manifestações que estão a ocorrer hoje no Brasil, estudantes da Universidade de Coimbra (UC) organizaram-se a partir do meio dia no Largo D. Dinis. O objetivo era expressar descontentamento perante as ações políticas que estão em curso para que Dilma Rousseff seja destituída.

Flávio Augusto, doutorando em Antropologia Biológica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC e um dos organizadores do protesto, explica que “este ato foi organizado contra a situação em que o Brasil se encontra”. Uma das principais preocupações do estudante prende-se com o facto de a situação que vê como “ilegal” ocorrer dentro dos “procedimentos legais do país”.

No início da manifestação, alguns estudantes discursaram sobre o atual cenário político brasileiro e explicitaram os motivos que os levavam a participar do ato. Depois, juntos, desceram as Escadas Monumentais e encerraram a manifestação na Praça da República.

Apesar de o considerar pequeno, por comparação com o que se passa no seu país, Fabíola Pretel, estudante da Licenciatura em Jornalismo e Comunicação da Faculdade de Letras da UC, afirma que “o protesto é importante e expressivo, pois reúne brasileiros e mostra que, mesmo não estando lá de corpo, estão acompanhando e são contra o que está acontecendo”.

O Brasil vive uma das maiores crises da sua era democrática, com grave discórdia entre aqueles que apoiam a legitimidade do governo de Dilma Rousseff e os que são a favor do pedido de ‘impeachment’.

A informação, para quem assiste de fora, chega através dos vários meios de comunicação. Para Flávio Augusto, o principal veículo “é a mídia da internet, que é uma mídia mais isenta, sem nenhum vinculo com grandes empresas e tudo mais. Mais internet que TV e rádio”. Já Fabíola Pretel manifesta preferência por meios mais tradicionais, como os jornais ou a rádio brasileiros, mas alerta que “a mídia também é muito corrupta e muito manipuladora”.

As conclusões dos manifestantes são similares. Apesar de considerar que não vai existir ‘impeachment’, a estudante classifica a situação do Brasil como “muito delicada”: “a população tem sim que se mobilizar e tem sim que lutar porque não pode ter golpe”. A preocupação de Flávio Augusto é que não se percam os avanços conseguidos no campo social. “Queremos que a democracia se perpetue”, conclui.

 [Editado por Paulo Sérgio Santos]

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Fotografia: Fábio Lucindo

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