Minas de ouro da aldeia de Tresminas retratadas em documentário galardoado em Espanha. Professor da FLUC integra equipa vencedora. Por André Sobral e Rita Lima
Arqueólogo e docente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), Pedro C. Carvalho, redigiu o guião do documentário premiado com o “Viriato de Ouro” no Festival Internacional de Cinema Arqueológico. “O ouro de Tresminas”, o trabalho apresentado, retrata a história da mina de ouro situada em plena Serra da Padrela, em Trás-os-Montes, assim como a sua importância económica durante Roma Antiga. A equipa vencedora recebeu o prémio no passado domingo, dia 3, em Zamora.
O projeto, que começou a ser desenvolvido em 2014 e que contou com pessoas de diversas áreas de estudo, como a arqueologia e o cinema, tem como objetivo promover a mina e a sua história relacionada com a hegemonia romana. “Esta funciona desde o século I e II, é a que está melhor conservada nos dias de hoje no território português e a que teve um papel mais relevante para o Império Romano”, explica Pedro C. Carvalho. Acrescenta que “o recurso aos meios audiovisuais é muito importante neste processo de transferência do saber, para explicar à comunidade em geral o que acontecia no passado”.
O complexo mineiro é composto por “explorações a céu aberto com cortas que têm cerca de 400 metros de comprimento por 100 metros de profundidade”, esclarece o arqueólogo e docente da FLUC. A área mineira constituída por “duas cortas maiores e uma mais pequena” dá o nome à aldeia de Tresminas, aclara Pedro C. Carvalho.
Atualmente, o município está a trabalhar na candidatura da estrutura histórica a Património Mundial da Humanidade da Unesco, apesar de esta já ser considerada património classificado. É por este motivo que houve, “da parte dos habitantes da aldeia de Tresminas, o interesse de criar material que apoiasse a candidatura e que projetasse a importância daquelas minas ao público”, salienta o arqueólogo e docente da FLUC.
As visitas são possíveis através de um circuito criado para o efeito e existe um centro interpretativo de apoio à área mineira, onde se pode assistir ao documentário premiado em Zamora. O filme foi enviado para as escolas de Vila Pouca de Aguiar para que as crianças e os jovens “percebam a importância do património que têm no seu concelho porque a história local também é importante”, sublinha Pedro C. Carvalho.
Fotografia: D. R.
Discussão
Os comentários estão fechados.