Exposição fotográfica desvenda pontos de vista inéditos. Abordagem concetual da cidade de Coimbra apresentada por alguém de fora. Por Mariana Saraiva
“Um Olhar Estrangeiro” é o nome da mostra de fotografias patente no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra. Um conjunto de imagens que distingue a visão de Luiz Fernando da Silva Mello, investigador e arquiteto brasileiro. Com estreia no dia 4, vai estar em exibição até ao dia 21 de abril.
O investigador encontra-se em Portugal num estágio de pós-doutoramento no CES, a “fazer pesquisas e investigações sobre os aspetos culturais da cidade, como é que esta se forma e evolui” e utiliza “a fotografia como uma ferramenta de registo de análise e de investigação”, revela o investigador.
A exposição é constituída por 36 imagens de Coimbra “desde a arquitetura da cidade e de detalhes da mesma, como esculturas”, esclarece. Luiz Fernando da Silva Mello adianta que “também a dinâmica da cidade, por exemplo, do Rio Mondego, das pessoas, da fauna e da vegetação do Choupal, entre outros locais” representam um conjunto de diversos aspetos que o investigador capturou.
De forma a rentabilizar o espaço disponibilizado para a exibição fotográfica, foi efetuada uma seleção das imagens, que contavam com mais de 100, de início. A partir deste procedimento inicial, o processo de preparação da exposição passou pela “montagem de uns pequenos painéis e posterior fixação dos mesmos nas proximidades da biblioteca do CES”, explica Luiz Fernando da Silva Mello. São estas as “linhas gerais do modo de montagem”.
Um detalhe que o autor considera importante na exposição é que, a par das fotografias, encontra-se uma legenda que “pretende interagir com a imagem” com o objetivo de “despertar associações ao observador”, acrescenta o arquiteto. Pretende-se assim criar “texto visual”.
Luiz Fernando da Silva Mello não contou com “uma temática específica para a elaboração de um ensaio fotográfico” e admite que “as fotografias foram tiradas aleatoriamente e em diversos lugares da cidade”. Considera que a exposição se destaca uma vez que “traduz de certa forma, um olhar um pouco diferente sobre a cidade”.
O autor atenta que as pessoas “no dia-a-dia acabam por não perceber certos aspetos e detalhes das suas próprias localidades”, tal como acontece com Luiz Fernando da Silva Mello com a sua. Considera que é no confronto das culturas que “surgem esses momentos inéditos, raros, que mostram uma das milhares de facetas que uma cidade tem”.
Fotografia: André Sobral
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