Cultura

Jornadas de Cultura Popular marcam 50º aniversário do GEFAC

Grupo académico promove ciclo de atividades comemorativas. Falta de participação por parte dos estudantes é motivo de preocupação. Por Nuno Morgado e Mariana Saraiva

O Grupo de Etnografia e de Folclore da Academia de Coimbra (GEFAC) comemora, este ano, 50 anos de existência. Decorreu ontem, 20, na Reitoria da Universidade de Lisboa, uma sessão de homenagem ao trabalho deste organismo autónomo da Associação Académica de Coimbra (AAC). O grupo pretende celebrar esta data com mais uma edição das Jornadas de Cultura Popular (JCP) no próximo mês de novembro, com as atividades a terminar no segundo fim-de-semana de dezembro.

As JCP contarão com o lançamento de um livro, que segundo Ricardo Rodrigues, membro da direção do GEFAC, “apresenta textos de vários sócios antigos sobre os espetáculos, as próprias Jornadas de Cultura Popular e outras histórias”. Um ciclo de conversas “formais e informais”, o lançamento em DVD do documentário “Pelos Trilhos Do Andarilho” e do espetáculo “Água Dorme de Noite” e um ciclo de concertos duplos “em que pelo menos uma banda está relacionada com o GEFAC” são algumas iniciativas que constam da programação.

Ricardo Rodrigues descreve o GEFAC como “o único organismo da Associação Académica de Coimbra que trata da cultura popular de uma forma exaustiva e global” e que procura sempre “trazer inovação aos trabalhos, para que os espetáculos evoluam com os tempos”. O nascimento do GEFAC remonta ao Estado Novo. O membro da direção descreve o grupo fundador como “extremamente reivindicativo e que lutava contra o poder vigente”. No entanto, lamenta que “essa luta se foi atenuando”.

O membro da direção do GEFAC considera que, apesar de “grande parte das secções terem sofrido desde o Processo de Bolonha, uma vez que os estudantes as descobrem muito mais tarde, o que sustenta o organismo são os sócios que continuam a trabalhar mesmo depois de deixarem de ser estudantes”. Ricardo Rodrigues lamenta, contudo, “que as pessoas não tenham uma vontade intrínseca e que é impossível incuti-la, por ser algo que tem de surgir dentro de cada um”.

No âmbito das comemorações do 42º aniversário da Revolução dos Cravos, no próximo dia 25 de abril, no Pátio da Inquisição, decorre o primeiro concerto da Tocata do GEFAC. Em junho, o grupo vai participar num encontro da Associação Portuguesa de Antropologia com um espetáculo musical. Ricardo Rodrigues salienta a exibição de “Amor Desgarrado”, peça de teatro com data ainda por anunciar.

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Fotografia: D.R.

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